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About Joaquim José Felizardo
Trecho extraído de "O cavaleiro da esperança, vida de Luís Carlos Prestes" de JORGE AMADO:
Em Leocadia se revelavam os traços mais acentuados do caráter dos
pais. De dona Ermelinda vinha-lhe a insatisfação, o desejo de evoluir, de acompanhar a marcha das ideias; de Joaquim José herdara os sentimentos progressistas, o amor à cultura, a compreensão das injustiças sociais.
Um curioso homem, esse comerciante, Joaquim José Felizardo. o espetáculo dos políticos profissionais cuidando dos próprios interesses em vez de se preocuparem com os interesses do povo e do país levara-o a odiar a política, a considerá-la como algo indigno. Culto, leitor ávido de quanto livro novo aparecia na europa, era um estranho tipo de co- merciante, se diferenciando dos seus colegas da época não só por ser letrado e capaz de discutir com qualquer homem da lei ou qualquer político, como porque se revoltava contra princípios inteiramente as- sentes como os dogmas da igreja ou a escravidão. tudo isso o fazia sim- pático a todos os infelizes, a todos os que formavam a legião imensa dos pobres, dos oprimidos, dos escravos. A abolição o apaixonava, os versos de Castro Alves eram seus versos favoritos. É verdade que o seu ódio à política limitava a sua colaboração à campanha abolicionista. não for- mava ao lado do partido que clamava pela redenção dos escravos. Des- confiava que esse partido jogava com tão nobres palavras e tão belas ideias apenas como uma hipócrita bandeira política. José Felizardo acreditava que a hipocrisia era o mais torpe dos defeitos. Fazia abolição à sua maneira: comprando escravos com o único fito de libertá-los, em- pregando fortunas nessa obra de fazer homens livres. “Pai dos ne- gros”, chamavam-no em Porto Alegre. As portas da sua casa sempre estiveram abertas para os negros fugidos que ali encontravam a fortale- za de onde os senhores não os podiam sacar. De uma maneira ou de outra o comerciante que lia Revolução Francesa e declamava Castro Alves dava-lhes o presente da liberdade.
Os negros o saudavam na rua:
— Bênção, meu pai…
E saudavam-no também, com carinho e respeito, as viúvas e os órfãos que sabiam que naquela mansão da rua da Ponte encontrariam sempre um alívio a seus sofrimentos, u’a boa e carinhosa mão que lhes ajudaria sem parecer estar ajudando. Sua morte foi um dia de luto para toda a ci- dade. Nessa tarde de 1899 o presidente do estado ia atrás do carro fúne- bre. Mas ia também uma multidão anônima, gente pobre, mulatos, viúvas e negros, principalmente negros, escravos que ele resgatara.
(https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:yg0TihHvyScJ:www.companh...)
Joaquim José Felizardo's Timeline
1839 |
March 27, 1839
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Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil
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1868 |
June 18, 1868
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Porto Alegre, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil
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1870 |
January 20, 1870
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1874 |
May 11, 1874
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Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil
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1899 |
1899
Age 59
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Porto Alegre, State of Rio Grande do Sul, Brazil
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